por Luis Fernando Longhi.
Acho que o sonho de todo fã de Michael Jackson, além de conhecê-lo
pessoalmente, tirar uma foto, conseguir um autógrafo e talvez ter tempo
para agradecê-lo por nos presentear com sua arte, é vê-lo cantando ao
vivo e dançando em um palco. Demorou, mas consegui realizá-lo.
Sou fã do Michael desde que vi "Black or White" em um domingo de
novembro de 1991, no Fantástico. Não fui vê-lo em São Paulo, em 1993,
porque não tinha idade suficiente. Em 1997, ele deveria ter feito 3
shows no Brasil, em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba, com a HIStory
World Tour. O cancelamento da turnê sulamericana me deixou com o
coração partido, totalmente desapontado. Mas alguma coisa me dizia que
eu ainda conseguiria vê-lo cantando na minha frente. Quando vi a
notícia de que ele havia anunciado 2 concertos em comemoração aos 30
anos de carreira solo, eu firmei algo em minha mente: "Eu vou ver esses
shows, pode ser minha última chance".
Depois da agonia da espera do ingresso (sim, eu havia comprado só para o
primeiro show, com a ajuda de meu amigo Kevin, mas acabei indo nos 2,
como contarei depois), que foi chegar só alguns dias antes da minha
partida, peguei um avião em Genebra e segui rumo a Nova York. Mal
esperava pelas surpresas que viriam a acontecer comigo.
Cheguei em Nova York no dia 4 de setembro, por volta das 14h. No
caminho do aeroporto para o metrô, já liguei meu walkman. Era Michael
Jackson em todas as estações. Era como se fosse a trilha sonora da Big
Apple naquela semana. O novo single, "You Rock My World", estava no
topo da parada em muitas delas, que também tocavam o material antigo,
de todos os álbuns. Instalei-me em um albergue na 103 com a Amsterdam
Av., em Manhattan, com mais 2 amigos. Depois de tudo acomodado, era
hora de dar início à "Semana Michael Jackson", como eu mesmo a havia
nomeado, uma semana totalmente dedicada ao Rei do Pop.
Desço para o Central Park, no coração da ilha, e dou de cara com uma
movimentação em frente ao Trump Towers. Meu coração disparou: "Nossa,
Michael deve estar aí". Não era. Britney Spears, Backstreet Boys, 'N
Sync e uma outra leva de artistas estavam hospedados lá, à espera da
performance no MTV Awards, que aconteceria no dia 6. Acesso a internet e
dou de cara com uma lista dos possíveis hotéis onde Mr. Michael Joseph
Jackson estaria. De posse do valioso bilhete do metrô e muita
disposição para percorrer a cidade, fui à caça. Não, Michael não estava
em nenhum deles.
Ligo para uma outra fã brasileira (Dani "Jackson"), que estava
hospedada no Queens, com quem deveria me encontrar para a entrega de um
ingresso que estava comigo. Diz a amiga dela que tinha visto Michael
em um hotel entre a Park e a Madison Av. Estava lá perto, e mal larguei
do telefone, fui correndo procurá-lo. Achei o famoso Waldorf Astoria.
Não era lá.
Corri mais um pouco, e dei de cara com a facilmente reconhecida
aglomeração de fãs do Michael: pôsteres, bandeiras, crianças, adultos,
velhos, covers, e tudo mais. Agora era a a hora. Finalmente estava na
frente do hotel, o New York Palace. Dia 4 ainda era um pouco cedo, e
alguns fãs ainda não haviam chegado à cidade para os tão esperados
shows. Naquele dia, havia cerca de 20 lá na frente, muito pouco para os
mais de 150 que chegariam a acampar ali no "altar", onde encontrei fãs
de todo mundo, vi dezenas de fotos, material do Michael e ouvi
histórias muito interessantes das experiências de todos dando volta ao
mundo para ver os shows mais cheios de energia que o mundo já viu.
Naquele dia, o Rei não deu o ar da graça. Dia 5, no entanto, era um
novo dia.
A quarta-feira provou ser um pouco mais proveitosa em relação à
presença de Michael. Naquele dia, ele tinha ido fazer ensaios no
Madison Square Garden. Conversei com uma fã espanhola que havia
conseguido entrar escondida lá dentro, e ela tinha visto algo que não
víamos há certo tempo: Michael cantando totalmente ao vivo, e bem à
vontade. Ele havia ensaiado todas as canções que acabaram sendo
apresentadas, e também uma versão de "One Day In Your Life" com Whitney
Houston, que continua inédita, já que ela não apareceu para cantar no
segundo show, dia 10 de setembro, por motivos desconhecidos.
De manhã, consegui conversar com um dos novos membros da equipe de
segurança do Michael, o simpático Henry. Como disse Teddy Lakis, eterno
amigo de Michael, para Kevin, Wayne deve ter sido trocado porque era
"over protective". Na minha mochila, sempre carregava o livreto de
"HIStory" que vem no disco em vinil, bem grande, e uma foto em tamanho
A4 da capa de "Bad" que havia comprado com Kevin em Londres numa sessão
"compras de coisas de Michael Jackson", para que Michael pudesse
autografar, se possível. Não titubeei e entreguei-os a Henry. Como ele
havia prometido me devolvê-los autografados assim que possível, não
coloquei nem nome nem endereço.
Aquela quarta-feira entrou para a história porque, finalmente, eu vi o
mito, a lenda, o Rei, na minha frente. A confusão que ele causava na
vizinhança quando chegava era algo pra ser estudado. A histeria era
geral, a bagunça inacreditável. Carros de polícia por todos os lados,
fãs invadindo a garagem do hotel. Michael voltou em uma vã preta, e
entrou na garagem, que ficava aberta para a rua. Nesse ponto, estávamos
todos já dentro da garagem, que não é muito grande e havia sido
invadida. Para a saída de MJ, cobriram a porta com um guarda-sol preto.
Não, eu ainda não havia visto Michael de corpo inteiro. Vimos apenas a
MÃO dele. Mas você sabe o que significa ver aquela mão - que é muito
maior do que a maioria das pessoas imagina - acenando para você, a
poucos metros de distância? Meu corpo tremia inteiro, o coração batia a
um ritmo que eu nunca tinha sentido. Eu havia visto Michael Jackson.
Mas eu mal esperava pelo dia 6 de setembro, o histórico dia da
apresentação especial de Michael no VMAs. Nesse dia a presença de fãs
na frente do New York Palace já era bem maior, e a confusão criada fez
até com que 2 deles, vindo da Espanha e comandantes do website
mjhideout.com, fossem levados para a delegacia. Os policiais recrutados
para fazer a vigília em frente ao hotel não eram, certamente, bons
representantes da polícia nova-iorquina, geralmente bem cortês.
Notei que Michael Bush, "personal stylist" de Michael, estava saindo do
hotel para pegar um táxi. Não podia perder a oportunidade, e fui
conversar com ele. Além de ele me contar que Michael iria, sem dúvida
alguma, fazer uma aparição no VMAs, que iria acontecer no Metropolitan
Opera House naquela noite, ele deu detalhes das roupas que ele iria
usar nos shows.
Foi chegando perto da hora da saída do Rei do hotel. Tudo é facilmente
notado porque o contingente da polícia fica maior, e a concentração da
equipe de Michael em frente ao hotel aumenta de uma hora pra outra.
Corri para a frente da garagem, e grudei com força na barreira colocada
pela polícia. Eu não sairia de lá de jeito nenhum. A vã meio prateada,
com placa de Santa Inez Valley, onde fica Neverland, estava parada ali
por perto. Era a reservada para Michael Jackson Jr. e Paris Michael,
príncipe e princesa do Rei, que sempre o acompanham. Num movimento
rápido, eles entraram no carro sem serem vistos.
De repente, chega o novo empresário do Rei. "Michael, I love you" era a
frase mais gritada no momento. A histeria era geral, a rua totalmente
parada, curiosos se aglomerando. Estava chegando a hora. Michael entra
no carro, sempre coberto pelo guarda-sol. Os vidros da vã eram
escurecidos, mas quem está bem perto consegue ver tudo lá dentro. Eu
estava vendo Michael Jackson, totalmente grudado no carro. Ele acenava,
feliz, sorrindo, com seus famosos óculos escuros. Arrepios pela
espinha, lábios secos, boca aberta, olhos arregalados. É assim que todo
mundo fica quando vê Michael Jackson a poucos metros de distância.
Aquela foi a primeira das muitas vezes que vou ver o maior ídolo da
história do entretenimento.
O resto da história do dia nem é preciso falar muito. A apresentação
surpresa do Rei do Pop ao lados dos "príncipes" do 'N Sync, dando a
eles uma pequena aulinha de dança, foi totalmente bem-sucedida,
arrancando aplausos intermináveis da seleta platéia do MTV Video Music
Awards. Michael voltava, finalmente, a se apresentar nos EUA.
O grande dia, 7 de setembro de 2001, chegava. Dormir bem era
impossível. Quem consegue dormir na noite anterior ao saber que no dia
seguinte vai ver o primeiro show de Michael Jackson da sua vida?
Acordei tarde e rumei para o hotel. Conversei e tirei fotos com Rich e
Tone Talauega, eternos dançarinos de Michael e co-coreógrafos do novo
vídeo clipe, "You Rock My World", que estrearia alguns dias depois.
Encontrei Henry, o segurança, e perguntei a ele do material que havia
entregado para que Michael o autografasse. Ele perguntou até que dia
ficaria em Nova York, e ainda sem saber que haveria mudança de planos,
falei que até domingo, dia 9. Ele pediu calma e prometeu que me
devolveria tudo até antes de minha partida, contando que Michael passava
o dia inteiro autografando e lendo a enorme quantidade de material
entregue pelos fãs desde que MJ havia se instalado no hotel.
Mais tarde, chegam várias visitas para Michael, que rumam com ele para o
show: Marlon Brando, Uri Geller e Mick Jagger. Estava na hora de ir
para o histórico Madison Square Garden. Eu e um fã dinamarquês,
possuidor de uma incrível coleção de mais de 1100 discos do Rei,
incluindo os raríssimos promos e CDs cancelados de "Smile", "This Time
Around" e "Is It Scary", pegamos um metrô na Quinta Avenida, cansados de
esperar pela saída de Michael, e rumamos abaixo para o Garden. A
atmosfera nos quarteirões ao redor do estádio era incrível. Faixas,
pôsteres, fotos por todo canto. Na entrada, milhares e milhares se
aglomeravam. Pais-fãs com filhos-fãs, curiosos, velhos, adolescentes,
negros, brancos, japoneses, norte-americanos, europeus, brasileiros:
todos unidos para ver um acontecimento histórico - a volta de Michael
Jackson aos palcos dos EUA, incluindo performances com os irmãos e
convidados especiais.
Para não estragar a surpresa dos que verão o show na TV, que vai ter
exibição mundial, e para não fazer do relato um livro, não vou
descrevê-lo. Fazer a mesma coisa falando da emoção de ver um "senhor"
de 43 anos, cantando totalmente ao vivo, e dançando como nunca, também
não é tarefa das mais fáceis. Interessante é notar a reação da platéia
para as performances dos artistas "comuns", como Whitney Houston,
Usher, Mya, Billy Gilman, Marc Anthony, Liza Minelli e Destiny's Child,
e a total revolução que aconteceu depois, quando Liz Taylor subiu ao
palco para anunciar a apresentação mais esperada do ano. Gritos, choro,
todo mundo subindo nas cadeiras, emoção total: o Garden inteiro era um
vulcão em erupção. Nenhum outro artista consegue fazer isso com uma
platéia, a não ser um indivíduo nascido em Gary, Indiana, em 29 de
agosto de 1958, que tem o nome de Michael Joseph Jackson.
O dia seguinte foi decisivo, porque ele me fez ficar em Nova York 10
dias a mais do que esperava. Acordei bem tarde, depois do meio-dia, e
fui direto para o New York Palace. Depois de um bom tempo esperando por
um aceno ou aparição de Michael, conversando com fãs e repartindo a
emoção do show do dia anterior, uma surpresa: ninguém menos do que
Rodney Jerkins, produtor de várias faixas em "Invincible", incluindo o
primeiro single, "You Rock My World". Muito simpático, ficou
conversando com os fãs por vários minutos, e tirando fotos. Aproveitei e
tirei a minha, além de fazer uma pequena entrevista, na qual ele
revelou que o próximo single do novo disco seria "Unbreakable" (a
preferida dele e de Michael) - história que foi mudada. Pedi a ele
várias vezes, quase que insistindo, que cantasse apenas o refrão, mas
ele se recusou, dizendo ser surpresa.
Era o dia do MJ Day, promovido pelo fã clube inglês MJNI em uma
discoteca, no qual cheguei atrasado. Além da apresentação de covers,
vídeos raros em um telão e sorteio de materiais de colecionador, o
destaque maior eram mais de 5 horas de puro Michael tocando em caixas
de som de alta potência. Eu já tinha ouvido Michael em várias
discotecas que conheci na Europa, mas ouvir o Rei durante 5 horas,
non-stop, e com uma aparelhagem superpotente, é realmente uma
experiência fascinante.
Passei a festa inteira tentando conseguir um ingresso para o segundo
show, de segunda-feira, 10 de setembro. Desde que havia saído do MSG na
noite anterior, tinha fixado na cabeça que tinha que ver o segundo
show, mesmo tendo passagem marcada para a segunda-feira, por causa do
trabalho. Ver Michael ao vivo é igual comer chocolate: quando você
começa, não consegue parar.
Além disso, fiquei grudado no telefone tentando mudar o bilhete de
avião. Enquanto estava ao telefone, anunciaram a venda de ingressos.
Tinha feito uma reserva informal com a Gloria Haydock, presidente do
fã-clube, mas ela não se lembrou de mim, e fiquei sem o meu. Entrei em
desespero, pois já havia mudado a passagem para a terça-feira, e não
queria ter que ficar na frente do Garden pra, talvez, ser tudo em vão,
já que não era tão garantido conseguir ingressos na frente do estádio.
Encontrei com Gloria e conversei com ela, que prometeu resolver a
situação.
Quando já achava que tudo estava perdido, um anjo (enviado a mim por
Gloria) aparece na minha frente. Não sei seu nome, não sei de onde ele
veio. Mas é um anjo. "Você que está procurando ingressos, né?".
Respondi que sim. Ele me mostrou, e ao ver o valor, falei que não podia
comprar. Era para o setor do palco, no chão. Ele perguntou quanto eu
podia pagar. "Menos de um terço disso", falei. "Então toma, é teu".
Melhor presente que esse eu ainda não tive.
O MJ Day terminou com uma aparição surpresa de Rodney Jerkins - que já
estava virando figurinha fácil com os fãs. Ele deu um depoimento
emocionante sobre como é gravar com o Rei do Pop, sendo aplaudido
vários minutos pelas centenas de fãs que estavam no local. Disse que ele
é o artista mais humilde e mais completo que já conheceu. E que podia
ficar o resto da vida inteira trancado em Neverland com os filhos, sem
gravar mais nenhum disco. Mas não. Resolveu passar anos gravando um
novo álbum para os fãs, pessoas que ele ama verdadeiramente.
O domingo passei fazendo programas de turista em Nova York, indo a
lugares que ainda não tinha conhecido em outra ida à "Big Apple". Tudo
pra passar bem rápido o dia, para que chegasse logo a segunda-feira, o
dia do meu segundo concerto do Rei do Pop.
O 10 de setembro finalmente chegou. Na frente do Garden, conheci um
jornalista da Newswire, fã de Michael. Ele me contou de uma visita sua
ao FlyteTime Studios, da dupla Jimmy Jam & Terry Lewis (produtores,
entre outras, de "Scream"), na qual descobriu coisas interessantes. Em
um dos estúdios de gravação do prédio, havia uma enorme foto em preto e
branco de Michael e Janet gravando a faixa, um na frente do outro ao
microfone, fazendo cara feia. Mas o mais interessante ele contou
depois: foram feitas 2 versões para o dueto. Uma outra, inédita até
hoje, foi rejeitada por ser muito pesada. Em uma das sessões de
gravação, o Rei estava tanto no espírito da música que pegou uma
cadeira que estava por perto e a arremessou longe, deixando em
pedacinhos os vidros que circundavam o estúdio.
O show, na minha opinião, foi melhor ainda que o de sexta-feira. Os
longos intervalos entre uma apresentação e outra foram preenchidos com
vídeos de Michael apresentados nos 2 telões de cada lado do palco,
deixando a platéia norte-americana em polvorosa quando eles viam algo
como "Ghosts", quase totalmente inédito para eles. E ver o Rei bem de
frente foi algo que nunca vou esquecer.
Na saída, encontrei com Rodney Jerkins, que incrivelmente se lembrou de
mim - creio que por causa de tanto encher sua paciência para ao menos
cantar o refrão de "Unbreakable". E foi o que ele fez. Chamou-me para
um canto, e cantou a "bridge" e o refrão, tentando imitar a voz de
Michael, algo que ele até conseguiu fazer com certa perfeição. Ao me
despedir, lembrei que tinha o single promocional em vinil de "You Rock
My World" na minha mochila, que havia comprado pela manhã no Village.
Não titubeei e dei a ele para autografar. "Thank you, man!", disse eu.
"See you, dude".
Tinha programado ir ao World Trade Center na manhã do fatídico 11 de
setembro, antes de seguir para o aeroporto. De tão cansado da "Maratona
Michael Jackson", não acordei a tempo. Acordei assustado por volta de
11h. Liguei o rádio pra tentar ouvir "Rock My World" enquanto tomava
banho, mas não tinha música. Só reportagens falando de aviões caindo,
prédios pegando fogo. Demorei a me tocar que era algo muito sério. Eram
os terroristas atacando Nova York, e também Washington. Aterrorizei-me
com a idéia de que podia estar no prédio ou nas redondezas. Fiquei
realmente chocado até voltar para casa. Nunca esperava passar por tal
experiência.
E o material que havia entregado para ser autografado por Michael? -
perguntam vocês. Na segunda-feira, dia do segundo show, Henry havia me
prometido dar o meu material autografado no dia seguinte. Era pra eu
passar no hotel pela manhã. Com tudo que aconteceu na cidade, foi
totalmente impossível. Fiquei sem eles; fica pra próxima aventura.
Fiquei sem eles sim, mas não sem um autógrafo do próprio Michael. Na
saída do Garden, na segunda-feira, peguei um pôster que estava sendo
dado por um fã-clube italiano. Na frente dele, a conhecida assinatura, a
mais preciosa de todas: “Michael Jackson”. Não acreditava muito que
era dele…Mas tinha que verificar, não ia sossegar até confirmar que
sim, aquele era o autógrafo do Rei do Pop. Consegui confirmar com a
presidente do fã-clube: antes do show, Michael assinou 20 pôsteres. O
clube entregou 100, 20 sendo aqueles entregues a Michael. Eu fui um dos
20 sortudos que o conseguiu.
Só consegui sair de Nova York no dia 19 de setembro à noite, muito
tempo depois do que esperava. O melhor é apagar da memória o período
após a tragédia, que tirou um pouco da beleza da cidade, preenchendo o
espaço com a alegria, a emoção e outros sentimentos difíceis de
descrever, que você só consegue ter ao ver Mr. Michael Jackson cantando
e dançando como nunca, e falando vários "I love you"s.
"I love you more", respondo eu, como ele mesmo sempre diz.