por Andréa Luisa Buchille Faggion
Um ente nasceu ou se metamorfoseou como Michael Jackson há 25 anos em um especial de TV que comemorava os 25 anos da gravadora Motown. Foi o primeiro moonwalk... A primeira aparição do artista de Billie Jean. Fred Astaire e Gene Kelly, maiores dançarinos da época de ouro de Hollywood, ficaram simplesmente maravilhados. Astaire, aliviado, chegou a confessar que morreria em paz tendo encontrado seu sucessor.
De lá para cá, Billie Jean foi evoluindo sem jamais perder sua identidade original. Cada vez mais teatral, como diria Spielberg, ressaltando a luva única... a inesquecível fedora. Nosso Carlinhos de Jesus assinava embaixo, lembrando-se ainda da idéia genial das meias brancas, destacando os pés da entidade em movimento. Talvez atingindo o ápice da teatralidade na performance do clássico na turnê do álbum HIStory, Michael chegava com uma maleta e montava o personagem diante de todos para, finalmente, adentrar o spot de luz... momento de pura magia ("eu sempre terei que fazer Billie Jean no spot de luz rsrs" ~ MJ).
Então veio a turnê final ("the final curtain call") - This Is It. A turnê virou filme. Ninguém precisa relembrar por que. Como seria Billie Jean? Ela estaria lá? Ele... teria... tido... tempo? Vieram as chamadas para a TV, os traillers, o set list... Billie Jean estava lá, mas apenas como música sobreposta posteriormente a outras performances. Ele... não... teria... tido... tempo? Não, não era possível acreditar que aquela entidade faria seu ato final sem a assinatura de sua obra.
O filme This Is It caminha para o fim. As esperanças vão ficando para trás. Pela primeira vez, vemos não só a criatura do gênio, como seu ato de criação. As ordens para cada nota em seu devido lugar, a atenção a cada detalhe técnico. Porém... nada de Billie Jean! De repente... Kenny Ortega (não consigo mais pensar nesse nome sem ouvir a voz de Michael fazendo piada com sua sonoridade latina) aparece dizendo: "Michael estará com uma maleta executiva". Pronto! É o momento, já sabemos que a recriação dar-se-á justamente a partir de HIStory. Espera-se que o próximo take já traga MJ com a maleta e a mágica se dê pela última vez. A última Billie Jean!
Não acontece. Ele apenas planeja a posição da luz e como seu corpo será envolvido por ela, em que momento, de que maneira. Mas então, eis que um tanto de improviso, sem qualquer cenário, sem o figurino, sem efeitos... ironia das ironias... a última Billie Jean sequer tem o spot de luz e a fedora. A última Billie Jean é puramente Michael, para aqueles que ainda duvidavam de onde vinha a magia.
Começa devagar... "a-ha, não é tão bom quanto na era HIStory", já se apressam os mais céticos. Vai ficando mais rápido, mais preciso, o novo arsenal de passos vai aparecendo. A platéia vai se formando. Dançarinos e técnicos se aglomeram aos pés dele. No fim, saltam, agarram a própria roupa, socam o ar, gritam... deliram com o que viram... Kenny Ortega ("Ortega" by MJ), um dos coreógrafos mais bem sucedidos da atualidade, se aproxima em êxtase da entidade: "Isto aqui é um templo... eu sou seu devoto". E this is it...
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30 de novembro de 2009
13 de junho de 2005
13 de Junho de 2005: O Veredito
por Andréa Luisa Bucchile Faggion
O que dizer quando você espera por um único momento durante 12 anos e, então, ele chega? O que dizer quando você enfrentou o mundo durante 12 anos e, então, você finalmente sabe que venceu? O que dizer quando o mundo finalmente tem que reconhecer que a verdade estava a seu lado o tempo todo? Não estávamos preparados para dias assim, porque eles não pareciam existir no mundo real.
Com 12 anos de sofrimentos, mentiras e injustiças, já estávamos acostumados a viver sem a idéia de um final feliz. A verdade, até então, nos bastava. Mas somos agora tolhidos de surpresa por esse gosto doce da verdade que prevaleceu. 12 pessoas da outrora considerada racista e conservadora Santa Barbara devolveram nossa fé na humanidade.
Nós, que lutamos sempre por princípios e nunca pela certeza de que triunfaríamos algum dia, recebemos na tarde histórica de 13 de Junho de 2005, a graça que fizemos por merecer. A verdade venceu a mentira! O bom senso venceu o preconceito! Os direitos humanos venceram a corrupção! O amor venceu o ódio! Michael Jackson venceu! Com ele, nós que sempre lutamos, vencemos essa guerra de batalhas tão dolorosas.
Que a paz e a liberdade brilhem na Neverland em que cada um de nós vivemos em nossos corações, a Neverland que a maldade não pôde destruir e jamais poderia.
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Michael Jackson em 22 de Fevereiro de 2005. |
O que dizer quando você espera por um único momento durante 12 anos e, então, ele chega? O que dizer quando você enfrentou o mundo durante 12 anos e, então, você finalmente sabe que venceu? O que dizer quando o mundo finalmente tem que reconhecer que a verdade estava a seu lado o tempo todo? Não estávamos preparados para dias assim, porque eles não pareciam existir no mundo real.
Com 12 anos de sofrimentos, mentiras e injustiças, já estávamos acostumados a viver sem a idéia de um final feliz. A verdade, até então, nos bastava. Mas somos agora tolhidos de surpresa por esse gosto doce da verdade que prevaleceu. 12 pessoas da outrora considerada racista e conservadora Santa Barbara devolveram nossa fé na humanidade.
Nós, que lutamos sempre por princípios e nunca pela certeza de que triunfaríamos algum dia, recebemos na tarde histórica de 13 de Junho de 2005, a graça que fizemos por merecer. A verdade venceu a mentira! O bom senso venceu o preconceito! Os direitos humanos venceram a corrupção! O amor venceu o ódio! Michael Jackson venceu! Com ele, nós que sempre lutamos, vencemos essa guerra de batalhas tão dolorosas.
Que a paz e a liberdade brilhem na Neverland em que cada um de nós vivemos em nossos corações, a Neverland que a maldade não pôde destruir e jamais poderia.
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